Porque tenho medo de namorar

Porque tenho medo de namorar

O fato de estar apaixonado é uma das melhores sensações que o ser humano pode sentir, uma experiência incrível a nível físico e psicológico que muda a forma como vê o mundo e enfrenta a vida. A maioria de nós pode testemunhar isto, mas não é o caso dos filofóbicos. Sabe o que é a filofobia? É um tipo de transtorno de ansiedade que se carateriza pelo medo de estar apaixonado ou manter uma relação estável. Embora existam diferentes graus, em muitos casos trata-se de um problema que afeta negativamente a vida amorosa, social e outros âmbitos. O que muitos consideram maravilhoso, para eles se converte em uma situação que causa mal-estar e estresse, acabando por recusar e fugir de relações potencialmente positivas. Identificou-se? Está se perguntando porque tem medo de namorar? No seguinte artigo do umCOMO vamos lhe explicar.

Motivos para o medo de ter um namorado(a)

Sentem-se vulneráveis

Entrar em um relacionamento significa abandonar o conhecido, sair da sua zona de conforto. Muitas pessoas têm medo daquilo que desconhecem e preferem ficar naquilo que conhecem, embora isso os leve a deixar de conhecer pessoas e a manter relações.

Reabre feridas

No nosso dia a dia, maioritariamente, não somos conscientes da importância que têm em nós os traumas, experiências e histórico que nos precede. Quando iniciamos um relacionamento podemos reabrir todas as dores e problemas de relações anteriores, por isso perante o medo disso se voltar a repetir, há pessoas que se fecham e evitam voltar a ter uma relação para não voltar a passarem pelo mesmo. Não é necessário que tenha sido uma má experiência amorosa, reviver a relação com os pais ou com velhos amigos também pode afetar a vida futura do casal. No seguinte artigo explicamos-lhe como superar uma separação amorosa.

Desafio à própria identidade

Todos temos uma consciência, uma voz interior que nos diz quem somos e como somos, uma série de caraterísticas que nos definem como pessoas e que nos permitem ter uma determinada posição em relação ao mundo. O filofóbico pode ver a relação de casal como um atentando à sua própria identidade e personalidade.

Medo da dor

É verdade que o amor nos pode fazer sentir a felicidade de uma forma muito intensa, mas também é verdade que com a mesma intensidade podemos chegar a sentir dor ou medo. Para poder ganhar tem que se arriscar e, há pessoas incapazes de arriscarem a sentir dor para poderem sentir uma felicidade intensa.

Medo do que é desigual

Muitas vezes os relacionamentos são desequilibrados e isto é algo que quem tem medo de entrar em uma relação, vive com muito estresse. Seja por excesso ou por defeito, por medo de se apaixonar mais que a outra pessoa ou por se sentir oprimido do que o outro sente, tentam evitar esta ligação afetiva.

Perder a vida anterior

É claro que ter um namorado(a) muda certos aspetos da sua vida, já não pode fazer tudo o que lhe apetece a todo o momento, tem que aprender a repartir o seu tempo e a mudar algumas das suas prioridades. O medo de ter um namorado(a) pode dever-se em parte à incapacidade de deixar de lado ou mudar algumas coisas da vida que tinha antes.

Aparecem medos existenciais

Este motivo é um pouco mais abstrato e profundo, mas não é por isso que deixa de ser real. No momento em que se sente muito unido a uma pessoa, quando estabelece um vínculo amoroso forte, começam a aparecer certos pensamentos existenciais que algumas pessoas não sabem gerir. Pensar na própria morte ou a da outra pessoa, o medo da relação acabar, a frustração perante uma hipotética perda são sentimentos que podem ser muito estresses.

Medo de ter um namorado(a), o que diz a psicologia?

A psicologia também abordou este tema e estabeleceu uma série de atitudes e formas de agir que as pessoas que têm medo de ter um namorado(a) costumam ter. Estas são:

  • Sentem-se vítimas: Acreditam que são sempre as vítimas, culpam as relações anteriores ou fatores externos dos seus medos, eles nunca são os culpados. Por muito mal que tenhamos passado em uma relação, deve saber aceitar os erros e fracassos, próprios e alheios, para evitar repeti-los, não ficando culpando o mundo. Qualquer relação tem momentos bons e maus, deve-se aprender a apreciar e lembrar os bons e tentar aprender dos maus.
  • Procuram apenas defeitos: Quando conhecem alguém centram-se em procurar e ressaltar os seus defeitos, se não os encontrarem logo continuam procurando até que estes apareçam e sirvam para injustificar a sua incapacidade de manter um relacionamento. Ao invés de procurar e apreciar as qualidades, dedicam-se a encontrar defeitos para se justificarem.
  • Ficam com pessoas muito diferentes: Quando procuramos um parceiro(a), ou quando o encontramos, costuma ser pelas afinidades e gostos em comum, porque compartilham uma forma de ver o mundo. As pessoas que têm medo de se apaixonarem ou ter uma relação estável, costumam se misturar com pessoas muito diferentes delas, de maneira a que as diferenças apareçam logo e sirvam de desculpa para não avançar mais.
  • Procuram motivos para discutir: No momento em que começam uma relação e vêm que pode ficar mais séria, começam discussões e procuram motivos para discutir até que a outra pessoa se canse. Fazendo isto pode continuar com o seu relato de serem vítimas sem enfrentarem os seus medos.
  • Isolamento: No seu ponto mais grave, o medo de se apaixonarem e de terem um namorado(a) acaba se convertendo em isolamento social. Seja evitando o contato com outras pessoas ou se escondendo para que estas não tenham motivos para as conhecer mais.

No seguinte artigo do umCOMO explicamos-lhe como superar o medo do compromisso.

Como superar o medo de namorar

Reconhecer que tem um problema é o primeiro passo para o poder superar. Se já o reconheceu, de seguida damos-lhe algumas dicas para perder o medo de namorar:

  • Enfrente os seus medos: a melhor forma de superar este tipo de transtornos é enfrentando aquilo que nos dá medo. Ao vivê-lo de uma forma real podemos ver que a maioria das coisas que acreditávamos eram falsas e que não era para tanto.
  • Não pense no futuro: muitas vezes preocupamo-nos com coisas baseadas em hipóteses que nunca acontecem. Pense no hoje e desfrute do dia a dia, o que tiver que acontecer no futuro você irá enfrentá-lo na altura.
  • Verbalize o seu medo: contar os nossos problemas é uma forma de envolver os nossos amigos e familiares, de maneira a nos ajudarem. Uma relação baseia-se na comunicação e confiança, se explicar o seu medo não só reduzirá a tensão que sente, como também a outra pessoa poderá entender e ajudar.
  • Dê tempo: se já tem estes medos há muito tempo, não os vais resolver de um dia para o outro, dê tempo para ir aprendendo a superar a fobia e a melhorar as suas relações.
  • Consulte um psicólogo: dependendo do nível de ansiedade que lhe provocar a ideia de ter um namorado(a) estável, talvez seja necessária uma terapia psicológica para o superar.

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