Chemsex: significado e os perigos da prática

Chemsex: significado e os perigos da prática

Você já ouviu falar de chemsex? A expressão se refere a uma prática sexual que vem ganhando cada vez mais espaço na comunidade LGBT, principalmente entre os homens gays e bissexuais. Existem muitas definições que explicam o que é essa experiência, mas de forma geral ela pode ser definida como sexo sob influência de drogas psicoativas. A palavra chemsex é uma abreviação de "chemical sex", que vem do inglês e significa sexo químico em português.

Se você ficou curioso(a) para saber mais sobre o assunto, quais são os riscos envolvidos e como se proteger de possíveis danos, continue lendo. Vamos discutir chemsex: significado e os perigos da prática. Confira todos os detalhes a seguir!

Chemsex: significado

Em poucas palavras, "chemsex" é uma gíria derivada de "chemical sex". Na tradução livre para o português, a expressão significa sexo químico. O significado é mais simples do que parece: sexo químico é o nome dado ao hábito de fazer sexo sob a influência de drogas psicoativas. Essa prática tem ganhado cada vez mais espaço na comunidade LGBT nos últimos anos, principalmente em grandes centros urbanos e em espaços voltados para esse público, como festas com dark rooms e raves.

Segundo os praticantes do chemsex, o grande barato dessa atividade é a potencialização do prazer sexual por conta das drogas. Muitas pessoas relatam que o uso de psicoativos melhora a performance, diminui a inibição e potencializa o prazer durante o sexo, além de fazer com que a noite de sexo se prolongue e dure muito mais tempo.

Chemsex: drogas

Mas quais são as drogas mais populares para usar durante a prática do chemsex? Listamos algumas delas e seus efeitos no organismo a seguir:

  • GHB (gama-hidroxibutirato): substância anestésica que causa sensações de entorpecimento, relaxamento e tranquilidade, reduz a inibição e estimula o prazer.
  • GBL (gama-butirolactona): potencializa o desejo sexual e a disposição, deixando as pessoas mais energéticas e com pique para prolongar as sessões de sexo.
  • Metanfetamina: é um estimulante que aumenta a pressão arterial e é responsável por causar euforia e excitação.
  • Mefedrona: droga sintética que causa inquietação e deixa o corpo em estado de alerta.
  • MDMA: acelera os batimentos cardíacos, promove agitação, euforia e sensibilidade aos estímulos ampliada.
  • Cocaína: talvez uma das drogas psicoativas mais comuns entre os praticantes de chemsex no Brasil, a cocaína tem efeitos físicos e mentais relevantes, como excitação mental e sexual, delírios, ausência de medo, alucinações e sensação de poder.

Sexo e drogas: por que o uso para a prática

Muitos usuários dessas drogas também contam que o motivo pelo qual costumam utilizá-las durante o sexo é para lidar melhor com sentimentos negativos como baixa autoestima, insegurança, medo de rejeição e até mesmo a homofobia enraizada.

Leia também: Como aumentar a autoestima

Sexo com drogas: quais são os perigos?

A mistura de sexo e drogas pode parecer interessante para muitas pessoas, mas a verdade é que esse tipo de comportamento vem acompanhado de vários riscos para a saúde dos envolvidos. O primeiro - e talvez mais óbvio deles - é o fato de que o uso recorrente de psicoativos pode causar um quadro de dependência química para os usuários. Algumas das substâncias utilizadas durante a prática podem causar um vício sério - e o uso contínuo pode causar danos físicos e psicológicos irreversíveis no longo prazo.

A dependência desse tipo de droga também pode afetar a saúde emocional e sexual por completo: há relatos de pessoas que não conseguem mais fazer sexo em estado sóbrio, por exemplo. Além disso, os riscos envolvendo as dosagens das drogas são enormes. Em algumas substâncias como o GHB, por exemplo, a diferença entre a dose certa e a superdosagem pode causar vômitos, mal estar e em alguns casos mais extremos, provocar a morte do usuário. Como o consumo dessas drogas ocorre principalmente em festas e ambiente com pouco controle, é fácil se confundir e perder a mão na dosagem. Por isso, o perigo se torna muito maior nesse tipo de ambiente.

Chemsex e o perigo de contrair ISTs

Outro problema muito relevante associado ao chemsex é o aumento na transmissão de ISTs - ou infecções sexualmente transmissíveis. No barato do momento, muitas pessoas podem acabar se esquecendo de usar camisinha na hora do sexo ou mesmo de tomar a PrEP (coquetel de medicamentos que previne infecção por HIV quando houve exposição a uma situação de risco) após a atividade sexual.

O uso de drogas estimulantes e mesmo anestésicas também pode fazer com que as pessoas pratiquem atividades sexuais mais extremas, correndo riscos de lacerações e lesões que podem não doer durante o efeito das drogas, mas que provocam infecções e/ou facilitam a transmissão de doenças.

Praticar chemsex com segurança

Resolveu experimentar o chemsex mas quer fazer isso de forma segura e evitar qualquer tipo de problema? Existem algumas maneiras de reduzir os danos provocados pela mistura de sexo e drogas psicoativas. A redução de danos é um conceito baseado na ideia de que, uma vez que a prática já está alastrada, as políticas públicas não deveriam estar focadas apenas em combater a prática, e, sim, em ensinar as pessoas como realizá-la da forma mais segura possível para evitar problemas.

Confira algumas dicas a seguir:

  • Evite praticar chemsex com pessoas desconhecidas para evitar se colocar em risco de violências como abusos sexuais, sequestros e/ou assaltos.
  • Nunca compartilhe a mesma seringa, agulha e outros instrumentos descartáveis para injetar drogas.
  • Coloque alarmes no celular para lembrar de usar camisinhas e lubrificantes, e também para tomar PrEP no caso de situações com risco aumentado de exposição ao vírus HIV.
  • Teste-se regularmente para ISTs (infecções sexualmente transmissíveis)
  • Deixe claro para todos os envolvidos no chemsex o que você está ou não disposto a fazer
  • Pesquise e busque informações que te ajudem a entender os efeitos das drogas, a dosagem segura, quais os males que elas podem causar. É importante saber identificar sintomas de uma overdose e/ou entender quando procurar uma emergência por conta do uso excessivo das substâncias.
  • Faça acompanhamento periódico com um profissional de saúde.

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Bibliografia
  • CARTA CAPITAL. O que é o chemsex e por que está se tornando um problema para homens gays e bis? Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/blogs/saudelgbt/o-que-e-o-chemsex-e-por-que-esta-se-tornando-um-problema-para-os-homens-gays-e-bis/> Acesso em: 26 de março de 2022.
  • IG. Como funciona chemsex, sexo feito com drogas, e como reduzir danos na prática. Disponível em: <https://queer.ig.com.br/2021-10-22/o-que-e-chemsex-sexo-drogas.html> Acesso em: 26 de março de 2022.
  • UNITY SEXUAL HEALTH. Chemsex. Disponível em: <https://www.unitysexualhealth.co.uk/how-can-i-stay-safe/what-is-chemsex/> Acesso em: 26 de março de 2022.